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sexta-feira, 1 de março de 2019

Gayageum

GAYAGEUM




GAYAGEUM

Segundo o Samguksagi
história dos três reinos da Coreia
Gayageum vem do século seis
desenvolvido pelo rei Hagi
da confederação de Daegaya
a partir de um velho instrumento chinês                                                     

o nome original Gayatgo
elegante, música certa, momentos
pontes móveis chamam-lhe Anjok
na dinastia Shilla Wu Ruk o melhorou
mão esquerda que faz os ornamentos
e a mão direita dá o seu toque

sentado no chão
as pernas cruzadas
no joelho direito a cabeça do instrumento
como posso dizer não?
suaves, subtis, delicadas
tuas melodias, gargalhadas, ou choro lento

Gayageum de 21 cordas
pode ser apenas encontrado
na Coreia do Norte
entre irmãos alegrias acordas
quem se dá a mão de um e outro lado
pode dizer ao mundo que é pessoa de sorte

a primeira peça moderna
deram-lhe o nome "Floresta"
no palácio o jardim secreto
a tua música ficou eterna
o que na eternidade resta
vibra num sonho aqui neste chão concreto



quarta-feira, 18 de julho de 2018

Janggo


                            

                            Janggo
                            
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JANGGO

Corpo de ampulheta, meu lindo tambor
decorado com flores pintadas à mão
apertar as cordas, sabedoria de amor
esticar as peles, harmonia no coração

música tradicional da Coreia
cada pele tem um timbre diferente
na lenda representa uma bela ideia
homem e mulher, encontro feliz dessa gente

instrumento de campo, sedutor
no tempo do rei Munjong
oferta real a um imperador
da dinastia Song
Foi durante o tempo de Goguryeo
que o Janggo cresceu
longa estrada percorreu
do Idakka indiano ao Janggo meu

diz-se que evoluiu do tambor de cintura
Yogo seu nome, seu antepassado
evidências no templo de Gameun, pintura
no túmulo de Jipanhyun retratado

naquela rua de Seul Janggo nos passeios
nas montras das lojas, e eu encantado
grandes e pequenos, assim meus anseios
no show de folclore fiquei maravilhado



segunda-feira, 5 de junho de 2017

Guimbri



Guimbri

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GUIMBRI

Zumbido de anéis
na pena de metal
tronco de uma árvore
pela de animal

mestre de cerimónias
o Gnawi Maalem
tristezas, alegrias
toca guimbri também

Tagnawit
música do povo gnawa
pode ser ouvida 
em Marrakech, em Essaouira
numa pequena vila
Saara Khamilya
na beira das dunas
com as estrelas em fila
à espera do dia

gnawa tem origem
na língua tamazigh
pessoas que descendem
de escravos do Ghana, Guiné, Mali

levados para Marrocos
para servir Sultan Chérif
misturam folclore africano
com o culto dos santos sufi

guimbri
alaúde de três cordas, lindo
é o antepassado
do banjo americano
tem cordas de tripa
a pena metálica
com anéis de zumbir
tem o nome sarsel
música é para sorrir
é o bem sobre o mal


sexta-feira, 26 de maio de 2017

Guqin



Guqin

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GUQIN

Um cavalheiro não parte
com a sua Qin
sem uma boa razão
instrumento dos sábios
Confúcio, Huang Di
o imperador amarelo

sons dispersos
sons flutuantes
três variações sobre a flor de ameixa

famosa pintura
ouvindo o Qin
e rocha esculpida com um tocador

no início o Qin
tinha cinco cordas
representam os elementos
metal, madeira
terra, água, fogo
há mais de cinco mil anos

Zhou Wen Wang
acrescentou a sexta
para tristemente lamentar seu filho

Zhou Wu Wang
acrescentou a sétima
para motivar suas tropas na batalha

a música "Água corrente"
foi escolhida
para o disco de ouro Voyager
enviado para o espaço
pela Nasa
pai da música chinesa




terça-feira, 23 de maio de 2017

Harpa



HARPA

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HARPA

Cântico de louvor, oração
anjos e princesas, celebração
castelos e deusas
perdidos no tempo
guardados no coração

no arco de caça
corda tinha som
no vaso Sumério
harpa belo tom

gótica, céltica
espanhola
jograis, menestréis
nobreza a seus pés
pintura de harpas na tumba do faraó Ramsés 

tua delicadeza, mágica
de grande beleza plástica
hebreus, babilónios
"mesopotâmios"
a história é trágica

uma casa real
está incompleta
sem tua presença
harpa predileta

rainha Elisabete
da Roménia
rainha Maria Antonieta
de França
na tradição judaico-cristã o rei David toca harpa





terça-feira, 2 de maio de 2017

Dulcimer



Dulcimer
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DULCIMER

Teu corpo de navio
dulcimer, dulcimar
do céu de estrelas
sobra uma solidão
da lua perdida
a tua canção

é tão certo o horizonte
e essa âncora em meu peito

saltério dos montes Apalaches
serenata nas colinas
flor selvagem

música dos velhos tempos
cítara falsa
o teu pé foge para a minha valsa

coração não é farol
dulcimer, dulcimar
o sol põe-se a teus pés
por entre a multidão
quebra-mar não quebra sonho
América por toda a parte

os meus dias nunca acabam
nos teus olhos azuis

saltério dos montes Apalaches
serenata nas colinas
flor selvagem

música dos velhos tempos
cítara falsa
o teu pé foge para a minha valsa

teu corpo de navio
dulcimer, dulcimar
no céu os deuses
deslocam-se de barco



quinta-feira, 27 de abril de 2017

Er-hu



Er-hu
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ER-HU

Este instrumento
que se chama Er-hu
nasceu na Mongólia
fronteira norte da China

esse acontecimento
fez de ti bárbaro
durante a dinastia
que te viu dobrar a esquina

sândalo vermelho
tua alegria ao espelho
o sol já se fez velho
mudar de posição
é huan ba

yue shu livro de música
fala do teu antepassado
xiqin
liu jiao é a caixa de som
em forma hexagonal
tong qin

e dizem que és feito
de madeira velha
a partir de restos
de mobiliário antigo

pele de piton
beleza no som
circo do sol é bom
Er-hu na tua mão
Liu Tianhua

zhu ying yao hong é a canção
sombras de velas vermelhas
a piscar
os teus dedos passeiam nas cordas
como quem pinta o céu
em noites de luar



Flauta berber



Flauta berber
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FLAUTA BERBER

O canto do vento
na areia do deserto
uma flauta assobia
terra de sofrimento
o céu é incerto
tua Capadócia 

flauta puro som
berber coração bom
o canto do vento nesse tom

canto do muezzin
por toda a cidade
uma flauta distraída 
ecoa dentro de mim
choque de realidade
é a nossa vida

flauta puro som
berber coração bom
canto do muezzin nesse tom

chamaram-te líbio 
númida e mouro
tua história é um tesouro



segunda-feira, 24 de abril de 2017

Rebab andaluz



Rebab andalus
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REBAB ANDALUS

Ali ibn Nafiq ou Ziryab
estudou em Baghdad
em 822 Cordoba o viu
com revolução musical
no Al-Andalus

chegou a Marrocos, século dez
Tetouan, Rabat, Salé e Fez
califado berber a suprimiu
mouros de Espanha e Portugal
Madihs sua luz

hinos de louvor ao profeta
influência andalusa completa
assim sobreviveu e dela surgiu
música clássica fundamental
Marrocos seduz

é curto o seu pescoço
cordas de intestino
ponte feita de osso
é o destino

tem um botão no fundo
alguns furos de som
instrumento do mundo
tudo o que é bom

teu corpo de madeira
couro pela metade
entalhes à maneira
flores de verdade



T'rung



T'rung
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T'RUNG

Cada tubo fala t'rung ao ser batido
por isso o povo lhe chamou assim
é tocado após o dia de trabalho dorido
à volta da fogueira alegria sem fim

são tubos de bambu afiados na ponta
unidos uns aos outros por duas cordas
é associado à vida espiritual, que conta
dos sonhos Bahnar, Jarai, que aqui recordas

xilofone de bambu
das terras altas

 do Vietname central
eu só quero ouvi-lo
se ao fim do dia me faltas
é triste a noite afinal
o povo Jarai tem a crença animista
acredita que os espíritos podem habitar
em todos os elementos que estão à vista
sua música, sons da montanha, pra celebrar

o povo Bahnar toca, dança e bebe
em ocasião muito especial
o cerimonial do vinho de arroz, leve
herói Dinh Nup resistiu à ocupação colonial

xilofone de bambu
das terras altas
do Vietname central
eu só quero ouvi-lo
se ao fim do dia me faltas
é triste a noite afinal